Nem todos têm a chance de encontrar com o sobrenatural, até porque não é como se ele se mostrasse para qualquer um. Allister Collins deve ter um lugar especial no coração dos acontecimentos perturbadores, pois até mesmo uma simples viagem de carro se torna uma desventura.
Mas por quê? Por que acolher uma criaturinha tão feia, desengonçada e até um pouco medonha da fria estrada da morte? Quando qualquer outra pessoa passaria reto pela pobre alma, Allister teve de parar. Talvez por pena, ou por querer ser alguém melhor, o animal estranho acaba indo para casa com ele, e o tempo que passam juntos nos revela muito mais do que os laços frouxos entre homem e criatura.
Talvez a resposta para todas as perguntas se encontre em nossos próprios pensamentos, sobre a busca e o inexplicável prazer em salvar um ser tão inocente; o frio na barriga de vê-lo evoluir, e, finalmente, o choque de realidade ao descobrir que, às vezes, nós mesmos desejamos o sobrenatural, como um segredo que somente nós temos ciência, como uma parte nossa, oculta e profunda, que sorri toda vez que alguém descrê de certos acontecimentos perturbadores.
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